Sim, é preciso
encarar o oposto do sonho,
a vida realidade,
a vida desacreditada,
a vida não vivida;
ouvir o passarinho
que ainda vive
em nossos corações.
É preciso sim,
abrir o robô,
soltar o homem,
fazê-lo participar;
buscar no espesso artificial,
o momento puro da vida;
dizer da verdade jamais dita
sobre o amor tão renegado.
É preciso, sim,
andar descontraído pelas ruas,
desarmar o espírito e o corpo;
afinal, tantas... tantas vezes,
o inimigo nem sequer existe!..
Sim, é preciso
abrir janelas
nos olhos mecânicos
e enxergar a alma do mundo,
descobrir este mundo oculto,
este mundo gente,
onde, ao longo de calmas avenidas,
com aceitação,
mãos estranhas se apertam
numa muda comunhão de idéias.
É preciso sim,
Temperar com o amor acústico,
as relações distantes, impessoais,
desses tempos cibernéticos, virtuais,
Sim, é preciso,
deixar que o sol contido
ilumine o horizonte escuro.
É preciso, sim,
ver, como eu vi,
tudo aquilo que eu não via.
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