sexta-feira, 30 de outubro de 2009

É PRECISO


Sim, é preciso

encarar o oposto do sonho,

a vida realidade,

a vida desacreditada,

a vida não vivida;

ouvir o passarinho

que ainda vive

em nossos corações.

É preciso sim,

abrir o robô,

soltar o homem,

fazê-lo participar;

buscar no espesso artificial,

o momento puro da vida;

dizer da verdade jamais dita

sobre o amor tão renegado.

É preciso, sim,

andar descontraído pelas ruas,

desarmar o espírito e o corpo;

afinal, tantas... tantas vezes,

o inimigo nem sequer existe!..

Sim, é preciso

abrir janelas

nos olhos mecânicos

e enxergar a alma do mundo,

descobrir este mundo oculto,

este mundo gente,

onde, ao longo de calmas avenidas,

com aceitação,

mãos estranhas se apertam

numa muda comunhão de idéias.

É preciso sim,

Temperar com o amor acústico,

as relações distantes, impessoais,

desses tempos cibernéticos, virtuais,

Sim, é preciso,

deixar que o sol contido

ilumine o horizonte escuro.

É preciso, sim,

ver, como eu vi,

tudo aquilo que eu não via.

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