sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CONFISSÃO A SANGUE QUENTE

Eu olho nos seus cabelos,

pesquiso os seus olhos,

minucioso, estudo seus lábios...

Pelo seu tronco resvalo,

contemplando embevecido,

fotografando pro sempre,

os seus seios, seus quadris,

seu ventre, suas pernas...

Confirmando que tudo em você

é mesmo símbolo do belo.

E aqui começo a questionar

se poderia mesmo o acaso,

através de um fenômeno químico

tê-la construído, assim,

tão incrivelmente perfeita !...

Avançado neste deleite visual,

embriagado de tanta beleza,

sobre você me inclino eletrizado,

cedendo aos intensos impulsos

de nosso inflamado desejo comum.

Ó deusa de todos os meus dias...

que delícia vivê-la concreta,

no calor deste trato carnal!

Antes que este instante se vá

digo-lhe, assim, já agonizante,

que você é o inexplicável

me fazendo apelar para o misticismo.

Que você é minha crença nascente

na existência de uma força suprema,

criadora e maestro regente

de todo o imenso universo

e dessa vida contagiante

que, generosa, pulsa na gente.

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