Que diferença !
Acordo hoje em minha terra
e, sem receios,
das mamas da vaca,
extraio o farto, puro e nutritivo leite.
Que diferença !
ontem, na Metrópole,
apenas, para despoluir-me
mamava, em seios de plástico,
a inconsistente e escassa
seiva fabricada.
Piso, agora,
nos caminhos de roça
e sinto a areia
acariciar meus pés,
despertando, em meu ser,
a poesia adormecida !
Que diferença !
Há pouco, na cidade grande,
escondidos em sapatos,
meus pés flutuavam
sobre um chão maquiado,
enquanto que meu ser, a cada passo,
se embotava de materialismo.
Que diferença !
Com os olhos deslumbrados,
olho, nos olhos do meu bem,
e neles vejo refletidas
as flores do campo.
Que diferença !
Outrora, nos olhos dela,
telas lacrimejantes,
triste, via o horrorizante
desespero do mundo.
Que diferença !
Abraço, hoje, a minha gente,
aspiro a vida e expiro amor.
E, ontem, na Metrópole...
deixa pra lá.
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