sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CONTRASTES


Que diferença !

Acordo hoje em minha terra

e, sem receios,

das mamas da vaca,

extraio o farto, puro e nutritivo leite.

Que diferença !

ontem, na Metrópole,

apenas, para despoluir-me

mamava, em seios de plástico,

a inconsistente e escassa

seiva fabricada.

Piso, agora,

nos caminhos de roça

e sinto a areia

acariciar meus pés,

despertando, em meu ser,

a poesia adormecida !

Que diferença !

Há pouco, na cidade grande,

escondidos em sapatos,

meus pés flutuavam

sobre um chão maquiado,

enquanto que meu ser, a cada passo,

se embotava de materialismo.

Que diferença !

Com os olhos deslumbrados,

olho, nos olhos do meu bem,

e neles vejo refletidas

as flores do campo.

Que diferença !

Outrora, nos olhos dela,

telas lacrimejantes,

triste, via o horrorizante

desespero do mundo.

Que diferença !

Abraço, hoje, a minha gente,

aspiro a vida e expiro amor.

E, ontem, na Metrópole...

deixa pra lá.

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