segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

*SIMPLESMENTE SE A GENTE PERMITISSE


-Se a gente permitisse,

a partir desse instante,

que minha mão e a sua

se apertassem fraternalmente,

nossos corações distantes,

teriam a necessária chance

de se conhecerem melhor.


-Aí, quem sabe,

entre mim e você

tudo mudaria

e, ainda em tempo,

a gente se descobriria.


-E pelo mundo afora

um frente ao outro

a gente se deixaria estar,

fosse num banco de jardim,

num leito de motel,

na mesa de um bar...


-É provável que aí,

nossas cabeças curtidas

em nós descobrissem

aquelas bocas perdidas

por onde um dia falamos,

todas as linguagens esquecidas.


-E a gente, então, alegre passaria,

A falar, ouvir, agir e entender

da perspectiva de uma outra dimensão,

desprezando o postiço discurso

de nossas cabeças civilizadas.


-Maravilhas dessa natureza

Estariam a nos acontecer

se a gente, simplesmente, permitisse

que, a partir desse instante,

Minha mão e a sua,

se apertassem fraternalmente.


-Simplesmente se a gente permitisse.


  • N.A. Poema originalmente publicado no livro
  • “Estágios de Crescimento” / Celso Lima Velame ,Editora Contrmp - 1985

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